Eficiência Energética na indústria conserveira

Eficiência energética na Indústria Conserveira

O desempenho energético da indústria conserveira tem um impacto significativo na pegada carbónica do país – o que acarreta custos expressivos nos orçamentos das unidades.

Porém, ao melhorarmos o desempenho energético do setor, é possível mitigar esses impactos. Saiba como neste artigo.


Em 2016, o Governo assumiu o compromisso de alcançar a neutralidade carbónica até 2050. Para tal, foi traçado o Plano Nacional Energia e Clima (PNEC) que visa a descarbonização da economia nacional, e, desta forma, contribui para que os objetivos definidos no Acordo de Paris sejam alcançados.

O que implica, em traços gerais, a implementação de medidas de eficiência energética e uma forte aposta em fontes de energia renovável.

A Indústria é responsável por cerca de um terço dos consumos energéticos do país. E, face à necessidade de reduzir drasticamente a pegada carónica, qual o impacto no dia-a-dia das unidades industriais?

Eficiência Energética | O caso da indústria conserveira

A eficiência energética visa a diminuição das das potências e energia consumida, sem, para isso, comprometer o normal funcionamento das indústrias.

Por outras palavras, a otimização dos recursos energéticos e implementação das melhores práticas disponíveis (Best Available Practices – BAT) permite a manutenção do desempenho do setor e, simultaneamente, a redução acentuada dos custos.


Fomos saber o que defendem os especialistas para a Indústria Conserveira

Na ‘Caracterização e otimização energética de processos na indústria conserveira‘, David Prata (2019) explica os diferentes momentos do processo de implementação de medidas de eficiência energética, quais as suas implicações e principais resultados.

No caso apresentado, foi efetuada, numa primeira instância, uma caracterização do processo produtivo e qual o seu impacto nos consumos de energia da unidade conserveira.

Após traçado o perfil de consumos, foi feita uma análise às BAT que melhor se poderiam adequar à problemática em estudo.

Foram implementadas 15 medidas de gestão eficaz de energia:

  1. Substituição do gerador de vapor
  2. Implementação de um sistema de monitorização do desempenho energético do sistema de produção de frio
  3. Aplicação de correias de alto rendimento
  4. Otimização do sistema de produção de frio
  5. Recuperação de condensados
  6. Identificação e correção de fugas
  7. Substituição de sistema de climatização
  8. Recuperação do calor residual
  9. Otimização do período de funcionamento das máquinas retráteis
  10. Sistema de monitorização e reporte dos consumos energéticos
  11. Isolamento de válvulas e flanges
  12. Otimização do regime de funcionamento da torre de desodorização
  13. Otimização do sistema de secagem
  14. Substituição de dispositivos de iluminação
  15. Instalação de sistema fotovoltaico

O que se traduziu

  • na redução do consumo global da instalação em 19%
  • na melhoria do consumo energético por unidade de produção em 26%
  • e diminuição de 0,8% dos consumos independentes

Ou seja, traduziu-se em 335 000€ de custos evitados. Com a um investimento inicial de 1 500 000€ para implementação e instalação das medidas – com um período de retorno de investimento de 4,8 anos e uma taxa de rentabilidade acima dos 8%.

“Em suma, tornam-se claras as vantagens na implementação de medidas que visem a melhoria do desempenho energético, onde para além do desempenho ambiental se podem contabilizar ganhos financeiros significativos.”

David Prata, 2019

O caso desta unidade conserveira é um exemplo do potencial que a eficiência energética pode ter na Indústria Conserveira. Tanto no plano da descarbonização do setor como no desempenho financeiro da unidade.

Se está à procura da melhor estratégia de otimização de custos e desempenho para a sua empresa, peça uma simulação e fale diretamente comigo. Terei todo o gosto em traçar a abordagem que melhor se adeque aos seus objetivos e necessidades.